A alta dos preços dos imóveis volta a preocupar o mercado brasileiro. Pelo segundo mês consecutivo, o preço do metro quadrado dos imóveis prontos, a maioria usados e anunciados na internet, subiu 1,3% em média em 16 cidades, segundo o Índice FipeZap de novembro. Em 12 meses, os preços subiram 13,8%. Descontada a inflação esperada de 5,9% para o período, segundo o Boletim Focus do Banco Central, o aumento real foi de 7,9%.
De acordo com dados
do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), o preço médio anual do metro quadrado de
apartamentos novos em São Paulo saltou de aproximadamente 2,5 mil reais,
em 2002, para 8,2 mil reais em novembro deste ano – uma variação de mais
de 200%
A existência de uma
bolha imobiliária no Brasil é tema para discursos acalorados entre economistas
brasileiros. E, mais recentemente, também para os grandes pensadores
estrangeiros. Os vencedores do Nobel de Economia Robert Shiller e
Joseph Stiglitz escreveram sobre o assunto. O economista Nouriel
Roubini, conhecido por ter previsto a crise financeira de 2008, também
falou à respeito do tema na semana passada.
Confira uma lista elaborada pela Fortune com as cinco nações que devem tomar cuidado com a formação de uma bolha imobiliária.
Austrália
A rápida subida dos preços de imóveis na Austrália fez com que o Fundo
Monetário Internacional (FMI) fizesse um alerta, em novembro, sobre a
possibilidade de bolha.
Em Sidney, a cidade mais populosa, o preço de uma moraria média avançou
13% no ano, para 718 mil dólares — valor superior ao de Londres e próximo ao de
Nova York, que está em cerca de 800 mil dólares.
O Banco Central australiano também se pronunciou sobre o tema: pediu
cautela aos investidores do setor, que se valem das taxas de juros baixíssimas
praticadas no país para especular na compra e venda de imóveis.
A existência de uma bolha imobiliária no Brasil é tema de inúmeros
debates entre economistas. Apesar de o aumento do preço dos imóveis pesar a
favor da teoria da bolha — nas capitais, a alta média em 2013 é de 14% —,
economistas argumentam que o crédito caro e o grande déficit habitacional
inibem o surgimento de uma situação especulativa.
O ganhador do Prêmio Nobel, Robert Shiller, disse em entrevista ao site
de VEJA, em agosto deste ano, que há indícios de bolha no país. Nouriel
Roubini, um dos economistas a prever a crise imobiliária nos Estados Unidos,
endossou a afirmação em artigo publicado na semana passada. Nesta quarta, foi a
vez de outro Nobel, Joseph Stglitz, chamar a atenção para o aumento dos preços
dos imóveis no Brasil.
Nova Zelândia
O país já vivenciou uma bolha
imobiliária em meados de 2000 devido ao rápido aumento do crédito. O estouro da
bolha acarretou numa profunda recessão. Para ajudar o país a se reerguer, o
governo implementou medidas de estímulo que incluíam mais crédito a juros ainda
mais baratos. Apenas em Auckland os preços do mercado imobiliário subiram, em
média, 17%. A alta fez com que o governo neozelandês começasse a se precaver e
determinasse um aperto nos requisitos exigidos para a concessão de crédito.
China
Uma economia financiada pela
poupança, como a chinesa, tem nos ativos imobiliários a opção mais segura de
investimento. E isso ajudou a impulsionar os preços dos imóveis, sobretudo nas
grandes cidades. Em Pequim, os preços aumentaram 16% no ano. Em Shangai e
Shenzen, os valores subiram, em média, 17% e 20%, respectivamente.
Apesar do aumento dos preços, o
endividamento da população com crédito imobiliário é baixo — justamente porque
os chineses usam a poupança para comprar casas, e não o financiamento.
Estados Unidos
Ainda que a economia americana não
tenha se recuperado completamente da crise, há lugares em que os preços dos imóveis
já supera os praticados em 2007, antes do estouro da bolha imobiliária.
Segundo Richard Fisher, presidente do
Federal Reserve de Dallas, externou seu temor de que o país esteja voltando a
uma situação de bolha. Em média, os preços de imóveis residenciais subiram
12,5% nos Estados Unidos nos últimos 12 meses.
Nesta quarta, o Departamento de
Comércio dos EUA divulgou dados mostrando que as vendas de imóveis deram o
maior salto mensal desde 1980 — alta de 25,4% em relação a outubro.
Fonte: VEJA.com
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